quarta-feira, 27 de março de 2013

Curso de Técnica de Tradução para Dublagem com Dilma Machado



quinta-feira, 14 de março de 2013

Como virar um tradutor de games e ganhar até 6.500 reais

Matéria interessante e atual que saiu no site da Revista +Superinteressante


por PEDRO DUARTE
atualizado em 07/03/13

Maximiliano, prazer.
No ano passado, o Brasil se consolidou como vice-líder do mercado de videogames na América Latina,  movimentando US$457 milhões, segundo uma pesquisa da PricewaterhouseCoopers. Isso se reflete, em boa parte, nos cada vez mais comuns títulos lançados legendas ou até mesmo dublados em português.
Notícia boa para uma nova profissão, a de tradutor de games. São profissionais de perfil jovem, fãs dos jogos eletrônicos e que faturam em média R$ 2.500. Mas, em alguns casos, segundo a SUPER apurou, podem ganhar até R$6500 por mês.

Para entender melhor esse mercado, entrevistamos Camila Groth Ibarra – Gerente de Operações da Synthesis Brasil, empresa responsável pela tradução de franquias como Max Payne, Far Cry Assassin’s Creed, entre outros. Leia a seguir:

SUPER – Com o mercado nacional se fortalecendo, a tradução dos jogos virou uma necessidade real para as produtoras?
CAMILA IBARRA – Mais que uma necessidade, acreditamos que as produtoras começaram a traduzir seus jogos ao português do Brasil por ter identificado uma oportunidade. Se pararmos para pensar, o Brasil atingiu esta posição no mercado com os grandes títulos sendo jogados aqui em inglês. Com os títulos disponíveis no nosso idioma, o que ocorre é uma abrangência maior. A principal vantagem é que se atinge um público mais jovem e aquelas pessoas que não possuem nenhum conhecimento de inglês. E a oportunidade de aumentar as vendas é maior, naturalmente, entre os jogos infantis.

Qual a diferença do trabalho de tradução de games para outros trabalhos de tradução?
A tradução de games é um mundo à parte, existe uma linguagem específica e maneiras mais corretas de traduzir certos termos para que a tradução soe natural. Além disso, existe a questão da terminologia específica do jogo (nomes de locais, golpes, armas etc.) e da terminologia de plataformas.

Antigamente, erros mais graves nas legendas eram muito comuns e alvo de piadas. Em Gears of War 3, no modo multiplayer, quando alguém saía do jogo, aparecia “Fulano Left the Game”. A tradução seria “Fulano saiu do jogo”, mas virou “Fulano esquerda”. Isso mudou?
No início de nossas atividades no Brasil, terceirizávamos as traduções, o que de fato acarretou em problemas de qualidade e consistência e nos levou a montar uma equipe própria e a buscar parceiros com as características que julgamos necessárias. No entanto, infelizmente, nesse mercado sempre iremos lidar com os chamados “haters”, pessoas cujo passatempo predileto é criticar, ainda que não consumam ou mesmo gostem do jogo em questão.

O tradutor tem acesso ao roteiro do jogo? Imagino que sim, porque algumas falas têm um contexto que deve ser respeitado… Como funciona a proteção dessas informações em um mercado que envolve tanta paixão e também tanto dinheiro?
Ao contrário do que possa parecer, o acesso a todo e qualquer material de referência é muito restrito não somente aos tradutores como também a todas as equipes de localização, de todos os idiomas nos quais o jogo é disponibilizado. Infelizmente, todos temos que trabalhar às cegas, por isso traduções fora do contexto são comuns. Isso é corrigido pelo cliente através de sua equipe interna de “Loc QA” (Controle de Qualidade da Localização). A proteção das informações é feita através de acordos de confidencialidade, utilização de dispositivos (HDs e USBs) encriptados e do mínimo de contexto liberado por parte das produtoras.

Uma boa tradução também engloba a adaptação para a cultura do país. Há alteração nos palavrões e expressões mais violentas, como nos filmes, por exemplo?
Sem dúvida, além da tradução é imprescindível o trabalho de localização, que consiste justamente em adaptar as expressões à nossa cultura, na medida do possível, para que o texto traduzido soe natural e para que o jogador brasileiro possa se identificar de alguma maneira e reconhecer no texto elementos familiares à nossa cultura.

Qual o perfil do profissional que vocês procuram no Brasil?
O profissional ideal precisa, acima de tudo, gostar e conhecer a fundo o mundo dos games. Há particularidades que exigem do profissional muita dedicação, pesquisa e atenção ao detalhe para que o resultado seja um texto coerente, natural e consistente. Além disso, ele deve ser capaz de lidar com pressão e prazos curtos.

Como funciona o recrutamento desse profissional?
Colocamos um anúncio em nosso site. O candidato deve preencher todos os dados requisitados e, se ele se encaixar no perfil da vaga, entraremos em contato para agendar um teste de tradução. Caso seja aprovado, ele deve passar ainda por uma entrevista. Ambos os processos são feitos remotamente.

(crédito da imagem: s3rioussam)

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

I JORNADA TRADUFIRE - INOVAÇÃO EM TRADUÇÃO


domingo, 24 de junho de 2012

2012 ou Great Expectations - 2a Parte da Postagem: Por que Recife vem se destacando no Panorama da Tradução do Nordeste?


Apesar do encerramento da habilitação acadêmica em Tradução do Curso de Letras da Universidade Federal de Pernambuco, acontecida há cerca de 3 anos, os estudantes não ficariam totalmente desamparados.

A pós-graduação em Metodologia da Tradução em Língua Inglesa, oferecida pela Faculdade FAFIRE, entra em seu terceiro ano de vento em popa. Conquanto o curso tenha um caráter mais teórico, sua grade curricular consegue abordar os principais pontos tanto para quem já trabalha com tradução e carece do alicerce da teoria, como para quem pretende se inserir neste campo e gostaria de se familiarizar com o terreno. Além do mais, temos obtido uma boa comunicação com a coordenação do Curso, o que permitiu mudanças significativas sugeridas pelos alunos e que já puderam entrar em vigor nas disciplinas deste ano. Como exemplos, temos a disciplina de Teoria da Tradução que virou Teoria e Prática da Tradução, além da inclusão da disciplina de Tradução Audiovisual, que será trabalhada com o nome de Oficina de Tradução: Dublagem e Legendagem.

O que essas mudanças refletem é o desejo de a Faculdade atender às necessidades do mercado e manter-se em dia com as exigências acadêmicas. A disciplina de Teoria e Prática da Tradução suprirá a tão desejada necessidade de os estudantes confrontarem-se com os aspectos corriqueiros e árduos do fazer tradutório, podendo discutir suas escolhas com os colegas e ganharem a autonomia essencial para o desempenho da atividade. Já para a disciplina de Tradução Audiovisual, levarei uma abordagem teórica e prática sobre uma das áreas que mais cresce na Tradução e que desperta a curiosidade e o interesse de quem busca trabalhar com dublagem e legendagem, mas não sabe como se especializar.

Outra grande novidade para 2012 que sem dúvida contribuirá com o fortalecimento do polo tradutório em Recife é a inauguração do TRADUFIRE, um laboratório de prática profissional da Tradução e prestador de serviços linguístico à comunidade corporativa que terá como incubadora a própria FAFIRE. A ideia é que os estudantes de Letras e pós-graduandos do Lato Sensu em Tradução possam praticar seus conhecimentos sob a supervisão profissional de professores e tradutores experientes, executando tarefas reais para clientes, ao passo que têm um contato verdadeiro com o mercado de tradução. Sabemos que a demanda é grande e que temos como atender a esses serviços, mas a classe de tradutores é tradicionalmente autônoma e “caseira”, não se apresentando tanto como deveria aos clientes, o que leva estes a buscar prestadores de serviços em outros estados, enquanto temos aqui profissionais altamente qualificados para as demandas que surgem.

EVENTOS

No campo dos encontros, o calendário de 2012 começou em fevereiro com o I Café com Tradutores. O get together informal teve uma participação admirável. Se juntaram a nós amigos e colegas de profissão, muitos de grupos e ambientes diferentes, o que ocasionou um bom networking e conversas alegres regadas a muito café e quitutes. O mais importante em eventos como este, a meu ver, é o burburinho que criam e a consolidação das amizades e parcerias. Nenhum negócio foi fechado, mas muito foi conversado. Ideias surgem, projetos ganham corpo e dentro em pouco o jardim floresce. Ao longo do ano, mais dois encontros já aconteceram e voltarão a se repetir para promover o diálogo e o contato profissional de nossa área.
Participantes do I Café com Tradutores.
A expectativa também está crescendo para a segunda edição do Encontro de Tradução de Pernambuco. O primeiro evento acontecido em outubro do ano passado teve tão boas repercussões, que logo ao seu término já se pensava na segunda rodada. Sendo assim,  este ano programamos mais dias para que todos os interessados desfrutem de uma seleção dos melhores temas para debates e palestras. O evento acontecerá na última semana de setembro para coincidir com o Dia do Tradutor e dar um ar mais importante ao Encontro. A partir do início do segundo semestre a programação será fechada e divulgaremos aqui os temas, palestrantes e todas as informações para quem quiser participar.

Como se ainda precisássemos de uma cereja no bolo, a agenda de cursos de curta duração veio satisfazer os desejos de quem buscava formação profissional e só podia contar com cursos à distância. Além do já mencionado Curso de Formação de Tradutores para o Mercado de Trabalho, da MilkTrados – realizado em janeiro – a mesma agência ofereceu em março uma oficina de Ferramentas de Tradução e um curso para formação de Gerentes de Projeto. Este último, uma grande novidade e um tema não muito trabalhado mesmo em cidades que têm tradição de oferecer amplas ofertas de formação em tradução.

O curso de Gerentes de Projeto virá como um divisor de águas e será uma grande aposta da MilkTrados na competência dos profissionais pernambucanos, ao oferecer a oportunidade de ensinar a tradutores a rotina das agências e especificamente o papel de um gestor de equipes em projetos que contam com muitas mãos.

Na área da Interpretação Simultânea, temos as oficinas ministradas por Sávio Bezerra, intérprete de conferências em espanhol e português. Nos encontros, Sávio ensina técnicas valiosas para se virar na cabine, permitindo que interessados que trabalhem com quaisquer idiomas possam participar, já que os materiais são vastos e a técnica eficiente para grande parte dos casos.

Estamos, assim, atacando em todas as frentes as lacunas que existiam e preenchendo-as com o expertise necessário para mantermo-nos no patamar esperado de qualquer grande centro mundial. A formação acadêmica de alta qualidade; os encontros que acontecerão ao longo deste e dos próximos anos – proporcionando o networking indispensável para que os profissionais conheçam e se exponham ao mercado e para que este conheça e chegue a estes profissionais; tudo isto aliado à parceria com agências de tradução e com as empresas, serão o tripé de sustentação e alicerce deste nicho que só tem a crescer com a economia forte do nosso País e as perspectivas oferecidas por dois grandes eventos mundiais sediados no Brasil nos próximos anos.