segunda-feira, 6 de junho de 2011

Primeira conexão: Salvador

6 de junho.

Iniciando a maratona, cá estamos nós, conforme prometido. O primeiro destino é Soterópolis, uma brincadeira que eu faço com o nome da cidade, porque quem nasce lá é soteropolitano e não porque seja a cidade dos solteiros. Quer dizer, pode até ser, mas isso eu não saberia.

Esta é a minha quinta vez em Salvador e esta cidade tem um lugar especial em meu coração. A primeira vez que eu vim a Salvador foi em 2005, no Encontro Regional dos estudantes de Letras. Foi uma longa viagem, 18 horas de ônibus. Cheguei parecendo e me sentindo um zumbi. Naquela época (com a velocidade que o tempo passa, 2005 parece que foi em outra década... peraí, mas foi em outra década!) anyway, naquela época eu não trabalhava, era um mero universitário duro que fazia bico traduzindo cartas para uma associação inglesa e o dinheiro que tirava dava para satisfazer alguns poucos caprichos meus. Passagens aéreas não eram tão baratas e não tinha chegado aquele boom de tarifas promocionais. E mesmo que tivesse, dizem que a graça de viagem a Congresso é a farra no ônibus. Pode até ser, embora nessa a gente não tenha zoado demais. Houve até umas loucuras, literalmente, mas isso é papo pra outro post.

O fato é que chegando aqui, na semana santa, eu aproveitei muito. Cumpri tanto as obrigações de estudante, apresentando trabalhos e participando de cursos, como curti a cidade. Conheci os pontos turísticos principais como manda a cartilha e decidi naquele momento que eu gostava de viajar. É. Decidi ali, assim como quem decide que no dia seguinte vai comprar uma roupa nova ou começar a ler um livro.

Eu pensei, ‘caramba, se viajar é isso porque não me disseram antes?!’ Sempre que tiver congresso eu vou (hahaha, mentalidade de estudante é assim, tem que começar de algum lugar né?). Assim, no último dia, antes de voltarmos, foi votado que a cidade sede do próximo evento seria São Luis do Maranhão. Maravilha! pensei. Sempre quis conhecer uma cidade com uma influência portuguesa mais marcante. Engraçado né, eu já falava como quem era muito viajado, “sempre quis conhecer...”

No ano seguinte, comecei a trabalhar e não pude ir ao evento, acabei conhecendo São Luís nas minhas primeiras férias do trabalho em 2007. Até hoje me pergunto se os Lençóis Maranhenses existem mesmo ou se são só uma miragem de tão espetacular que é a paisagem.

Voltando a Salvador. A segunda vinda foi em 2008 – na semana santa também. Mas dessa vez sem congresso. Promoção de passagem aérea, mais uma vez curti a cidade. Revisitei os lugares que já tinha ido e fui a outros novos. Como fui com amigos me senti o guia de turismo, embora só tivesse vindo uma vez e 3 anos antes. Mas mesmo assim, lembrava de muitas informações e falava com segurança, sugerindo lugares e percorrendo com desenvoltura as ruas do Pelourinho.

A terceira vez foi em janeiro de 2009. Foi minha primeira vez a trabalho, em Salvador e na vida. Era para passar uma semana, mas acabou virando duas – o que eu adorei, pois tinha o fim de semana no meio com tudo pago pela empresa sem precisar ir ao trabalho! Mais uma vez, pé na estrada. Mandei-me para Itaparica. A ilha em si não é lá essas coisas. A água é gostosa, mas a estrutura deixa a desejar. Valeu pelo passeio de barco. Foram duas semanas que pareceram um mês. Mas sabe quando a obrigação nem parece obrigação? O que eu fui fazer em Salvador faria em Recife, então saí no lucro, além de fazer amigos de outras cidades que também foram para lá trabalhar comigo. Mais uma vez a viagem foi bastante proveitosa, pois fiz amigos que tenho em mais alta estima até hoje. Íamos todas as noites para a piscina aquecida do Hotel e conversávamos e ríamos até altas horas. Ainda agradeço por não termos recebido uma chamada.

A quarta vez foi bem rápida. Também a trabalho, só dois dias e uma noite. Ainda deu para escapulir no primeiro dia experimentar o acarajé do Rio Vermelho. Gostoso, mas ainda não ganhou do acarajé da baiana Cida que eu conheci na segunda vez, na frente da Igreja do Bonfim.

Finalmente hoje, completei minha quinta rodada em Soterópolis. Não sei se posso chamar assim, pois vim justamente para trabalhar no aeroporto e daqui mesmo vou para Belo Horizonte, sem nem tempo de por a cabeça fora da porta para sentir o cheiro das árvores que ladeiam o caminho que nos leva e traz ao aeroporto.

Assim é Salvador para mim: uma cidade linda, com seu ritmo único, pessoas amigas e uma atmosfera de encanto que sempre me proporciona bons momentos, eternizados nas lembranças que trago e nos acontecimentos que me marcam.

A jornada foi boa, corrida como eu esperava, e é apenas o primeiro dia desse Amazing Race. Torçam por mim e fiquem ligados! Amanhã tem post direto de BH.

Fui, que a última chamada me espera. Embarque Imediato.

Abraços e obrigado por viajar conosco!

3 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Engraçado como pensamos diferente em questão de viagem.

    Eu não dou a mínima para pontos turísticos, gosto de viajar para as cidades onde tenho amigos virtuais (viva as redes sociais) para conhecê-los pessoalmente ou revê-los e matar as saudades.

    Não veria graça em viajar para uma cidade onde não conheço ninguém, mas que tem pontos turísticos famosos.

    E quando viajo quero aproveitar o máximo de tempo com os amigos, fazendo os programas que eles fazem e conhecendo o modo de vida local, uma coisa que adoro é experimentar as comidas típicas da região.

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  3. É, nesse sentido a gente pensa totalmente diferente. Eu adoro conhecer a cidade e não necessariamente vou aonde tenho amigos. Pode ser que eu conheça gente nova lá, mas isso é uma consequência.

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