quinta-feira, 9 de junho de 2011

Quarta conexão: Piracicaba e Campinas.

9 de junho. 


                                                 Estradas de São Paulo

Hoje a minha vida aérea continua com o percurso nas cidades de Piracicaba e Campinas.


Tem uma coisa que eu gosto no estado de São Paulo: as condições das estradas são muito boas e isso ajuda bastante no deslocamento. Na terça à noite ao chegar a Ribeirão Preto, assim como no retorno ao aeroporto ontem para pegar o voo para Campinas, peguei um táxi que me levou até o hotel e desfrutei o caminho percorrendo a estrada que era, como costumamos dizer, um tapete. Como era noite, não tinha trânsito e é possível chegar a 120 Km/h como se estivéssemos a 60. Nem dá para perceber. Hoje de manhã fui a Piracicaba, cidade da região de Campinas, a 90 Km de distância, e também peguei condições invejáveis.

Logo que comecei a vir muito a São Paulo para trabalhar com recrutamento e seleção, tive um pouco de dificuldade na triagem dos candidatos porque muitos se inscreviam para vagas que – na minha opinião – ficavam muito longe de suas residências; muitos em cidades bastante distantes. Eu ficava intrigado com o fato de receber currículos de gente de Guarulhos para trabalhar em Indaiatuba (120 Km de distância!!), mas não receber currículos de pessoas da própria São Paulo. Coisa curiosa!

Com o tempo comecei a perceber que era comum as pessoas do estado de São Paulo efetuarem essa comutação normalmente. Já conheci gente de Campinas que trabalhava em São Paulo, pegando um fretado diariamente para ir de casa ao trabalho e voltar (100 Km de distância); Já vi quem morasse em Santos e trabalhasse em SP capital (80 Km). Tem gente de Jundiaí que faz o mesmo (60Km). E também há os que morem em cidades menores no interior e trabalhem em outras maiores, também no interior, com uma distância razoável que as separe. Ou seja, isso é um traço característico da população local. Para eles, não chega a ser um impedimento acordar muito antes de o sol nascer, passar duas horas num ônibus (como é o caso de Campinas a SP) para ir trabalhar, e no final do dia aguentar mais duas horas para retornar.

Isso para mim pareceu um absurdo no início. Quando tentava associar essa situação com algo que eu conhecesse ou me esforcei para me lembrar de alguém que fizesse isso em Recife, não conseguia encontrar caso parecido. Foi assim, de tanto quebrar a cabeça tentando encontrar candidatos elegíveis para as minhas vagas que descobri que essa era a cultura local e passei a aceitar currículos de pessoas que moravam distante. A partir dessas experiências, entendi que a resposta para a minha perplexidade é que a qualidade das estradas favorecia muito esse deslocamento. Seja por carro, moto ou ônibus, mesmo com o trânsito, isso ainda é viável.

Em outros estados, especialmente no Nordeste – e em Pernambuco em particular, cuja capital, Recife, é uma das maiores cidades da região e grande pólo médico e de informática – a infraestrutura que permita tal tipo de deslocamento ainda é um sonho. Os pernambucanos gostam de elogiar o trabalho feito com a duplicação da 232, mas isso não é nada em comparação. Mesmo pessoas que moram em cidades da Região Metropolitana do Recife, como Camaragibe, Olinda, Jaboatão, Cabo e Nazaré, levam muito tempo para chegar ao Centro. Imaginem se fosse o caso de terem de vir de Caruaru, Gravatá, ou mesmo de João Pessoa, que apesar de ficar na Paraíba, não é tão distante?! Levariam horas e chegariam acabados! Com certeza não agüentariam essa rotina por muito tempo.

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Recife é uma bela cidade histórica, com belíssimas praias, rios, castelos (na verdade, um Castelo, o de Brennand) e um belíssimo centro histórico: a Região do Recife Antigo, com seu Marco Zero e arquitetura antiga. Mas esse Centro tem ruas estreitas, trânsito caótico e impõe uma dificuldade tremenda a seus habitantes. Para continuar crescendo e proporcionar qualidade de vida aos recifenses e outros migrantes (que estão fazendo o caminho inverso, devido às oportunidades em Suape), Recife precisará de um plano e rápido!

No post seguinte, falarei de Campinas.

Abraços.

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